quinta-feira, 29 de julho de 2010

De um poeta amante para uma poetisa amante.
A vida corre intensamente, sempre acabo lembrando-me de tua ardência e da certeza que suas ações tentam demonstrar enquanto teu olhar procura constantemente o próximo suspiro da vida ao teu redor, mas que no fundo parece procurar o próximo suspiro dentro de si mesmo, externalizando vida e procurando-a dentro do próprio ser, sinto saudade das conversas até alta madrugada cheias de revelações numa cumplicidade estranha a dois corpos acabando de se encontrarem, ainda nem sei como te confiei até as ações mais patéticas da minha vida com a certeza de que morreria no escuro de um quarto ou na distancia de um telefonema, assim você também o fez, e assim era a troca comparte de anseios e medos e dos fatos que por tanto tempo foram guardados. Lembrando-me e pensando em você com o semblante preocupado de quem poderia sempre te estender uma mão, te dar um ombro, e que enlouquece te vendo padecer em enganos estremecendo em não pode-los revelar, vibrando também a cada acerto e a cada sopro de sorriso que embriagam os momentos.
Tão rápido quanto aproximamo-nos, tão veementemente, também assim distanciamo-nos, como disse sempre lembro, sempre penso, e assim te tenho sempre próxima, quem sabe no próximo ansiar de loucura da vida retomemos nossa imediação. Minha vida tem sido o contrario de tudo que eu tenha pensado ou planejado, cada dia sinto mais meus pés sobre o teto, minhas ações não condizem, meu corpo queima e minhas paixões são etéreas ou impossíveis, meus sentidos me traem e meus desejos se realizam no bizarro, às vezes só quero lhe falar, lembro-me do quanto você falava em minha “maturidade” muitas vezes até excessiva, e vejo-me entrando cada vez mais num caos dentro e fora de meu ser, isso me desagrada, mas é o que tem me feito sentir bem, a busca de todo o artificial abnegando todo o sincero, a busca do peculiar e a fuga do belo, um corpo que arde vazio e não tem medo de sorrir em profundo desespero, tenho me afastado de tudo que a pouco iria atrás, nem tenho feito o que a pouco julgaria ser o melhor pra mim, tenho feito isso inconscientemente e mesmo quando consciente do deveria fazer acabo me esforçando excessivamente e quase nunca obtendo êxito, o caos me tem sido agradável e tudo me tem sido tão intenso que o desejo por mais se torna inevitável, o que nem sempre é bom se torna tão agradável... tão agradável... Então toda magnitude e ardência de dias dementes, de desvarios reais e passageiros, de toda essa inconstância tão viva tem me guiado e procuro não pensar onde isso me levará.
Nem sei porquê estou falando isso, me acostumei a contar o que não quero guardar somente comigo a pouquíssimas pessoas, você é uma, você e a aquela explosão de imaginação que tanto me agrada junto as ações tão corretamente bem planejadas que as vezes até me enganam. Saudade forte de ti, sempre bem a vida não tem graça, mas espero te ver passando sempre por cima de tudo quanto for necessário.

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